Anatomia do desejo proibido
Você namora há algum tempo, gosta de passar as tardes de domingo com ele no sofá... Mas seu coração dispara mesmo é quando encontra o moreno sedutor do curso de especialização. Pior (ou melhor): o moço parece retribuir os olhares. E agora? Para começar, nada de se martirizar por desejar outro homem. De acordo com o dr. Paulo Gaudencio, psiquiatra e colunista de NOVA, é natural, já que a novidade funciona como combustível do erotismo. Tem mais: só nos vemos às voltas com esse tipo de dilema, antes exclusivamente masculino, porque conquistamos igual direito à liberdade sexual. "Estamos mais exigentes afetiva e sexualmente", aponta a psicoterapeuta de casais Sandra Samaritano, do Instituto Paulo Gaudencio. E essa busca por satisfação leva muitas de nós a começar a achar a grama do vizinho mais apetitosa, vigorosa...
Ocasiões que fazem a pecadora
Como nasce essa vontade? O principal gatilho é a insatisfação entre os lençóis. Foi o que descobriu a pesquisa feita pelo ginecologista Amaury Mendes Jr., com 245 cariocas. Outras razões apontadas pelas entrevistadas: carência, vontade de ser admirada ou desejo puro e simples. A psicóloga da PUC-SP Rosa Maria Macedo acredita que as mulheres também pensam em pisar fora da linha para castigar o parceiro. "É uma forma de autodefesa e de se sentirem amadas." Brenda, de 21 anos, que sonha em enfeitar a cabeça do amado sempre que ele fala com a ex, concorda: "Uma vez, de tão insegura, chamei um antigo affair para ir à praia. Na hora do beijo, fugi, pois colocaria tudo a perder só para satisfazer meu ego". Outra situação que balança muitas garotas é dar de cara com ex-namorado. "Encontrei o Caco em uma festa e agora sonho com ele todas as noites", conta Ana, de 23 anos, comprometida. "Pior: ele me telefona; não sei até quando vou conseguir dizer não." Para o sexólogo Joaquim Motta, autor de Amores Humanos, Traições Divinas (All Books), ficar com um antigo amor é uma tentativa de preencher um vazio do passado. Ou seja, você procura viver algo que faltou na relação.Já a psicanalista e sexóloga Regina Navarro Lins, autora do novíssimo Fidelidade Obrigatória e Outras Deslealdades (Best Seller), defende um ponto de vista polêmico: que tudo não passa de instinto. "É natural termos prazer em variar. E o que você faz longe do parceiro é problema seu, não dele." A questão é que, por enquanto, poucas conseguem pensar em dar o passo sem olhar para trás.
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